Hermila Guedes (Dora Descompassada)
Hilda Torrres (Esssa febre que não passa)
Maeve Jinkings (O amor distante)
Mayra Waquim (Nomes)
Márcia Cruz (Talvez já fosse tarde)
Ceronha Pontes (Um tango com Frida Khalo)
Uma noite que não tem fim
(Por Ceronha Pontes)
Aquela noite já foi ontem e, no entanto, continua. Certeza de que nos aproxima. Não essa proximidade "civilizada" que mantém o ambiente de trabalho falsamente harmonizado pra melhor levar nas coxas o fardo de parir, em conjunto, uma obra. Nos aproxima o quanto nos compromete. E compromisso, aqui, demanda enfrentar feiúras, pavores, inseguranças, asperezas, desordens, escuros, funduras, nevoeiros...
Não que a superfície não tenha lá os seus encantos, posto que até o Poetinha* compôs para As Mulheres Ocas, mas, neste momento, nosso apetite pede vísceras.
Conduzidas por Amanda Lyra (através do método View points), vamos invadindo a nós mesmas por caminhos apertados, íngremes e cheios de curvas, seguindo pistas dessas mulheres escritas por Luce Pereira, e que são valentes posseiras de recantos que pouco conhecemos ou assumimos de nós mesmas.
E por falar em view points, não creiam mesmo que temos tratado "a coisa" como a descoberta da pólvora, e nem Amanda se apresenta como quem detém informação salvadora. O que nos mobiliza e preenche nesta experiência, conferindo qualidade ao encontro, é nossa total falta de julgamento e censura para com o simples. É a capacidade de enxergar e não resistir ao sutil.
Na noite que não tem fim, pois é certo que nos reportaremos a ela em muitos momentos do resto de nossa vidas, mulheres outras de nós mesmas saltaram de nossos corpos como quem ganha vida própria. Seis...entas vidas intensas, condensadas nos poucos metros quadrados do Teatro Hemilo Borba Filho, aquele nosso mundo inteiro.
Também não creiam que este percurso prevê a confusão doentia de papéis, pois não há entre nós quem pretenda abandonar o teatro, oh!, muito longe disso. E justamente por ser teatro, exige especial atenção, consciência e observação clara do processo. Mas, é que assim, sem resistências, sem nos boicotarmos, temos nos colocado diante do que brota/transborda de um lugar inconsciente (usando irresponsavelmente, talvez, os termos da psicologia), da ampliação e enriquecimento de nosso repertório, sem nos privarmos da emoção para com aquilo que se revela. Feito mãe, vendo a cria ganhar o mundo, cheia de graça. É claro que esta emoção nasce de um tanto de vaidade mas, nasce principalmente de uma certa resignação. Há uma alegria sem preço em constatar e aceitar mais uma vez nosso lugar e sina. O teatro como canal de expressão das coisas para as quais se aplica Essa febre que não passa. Coisas que vão se derramando aqui, pouco a pouco, a cada visita de vocês. Fiquem à vontade. Só não vale reclamar dos sintomas, caso se contaminem.
Um beijo enorme de todos que fazemos o Coletivo Angu de Teatro, e de nossas convidadas pra lá de especiais que toparam arder em febre.
Créditos e extras:
Poetinha- como era carinhosamente tratado o poeta Vinícius de Moraes
As Mulheres Ocas- belíssimo poema de Vinícius
Um link pra você curtir com a gente http://www.youtube.com/watcFcX19Gw&feature=BF&list=PL8197C5380CB17F26&index=1h?v=n79L
"O mais importante é conseguir chegar à sinceridade,à verdade absoluta em relação a si mesmo;é obedecer ao comando de nossa natureza individual para sermos nós mesmos e nada mais que nós mesmos."
ResponderExcluir(Henrik Ibsen)
O teatro é um lugar possível da criação da vida,onde os personagens estão em busca de si mesmos.
Cecé, já estou contaminada,tenho certeza que essa febre não passa
.
beijosssss....
Socorro, querida, ai que bom ter você por aqui também. Esta vc vai poder ver, tenho certeza. Rio, nos aguarde.
ResponderExcluirBeijos nossos.
não vem para fortaleza?
ResponderExcluirqueria muito ver..
bjss e merda!!
Isabelle de morais